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A Cozinha Verde

A Cozinha Verde, da autoria de Filipa Range, tem como principal missão inspirar para a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, através da cozinha vegan.

Qua | 22.05.19

O nosso voto conta! Vamos sentar o Planeta em Bruxelas!

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Não me canso de falar do impacto que as nossas escolhas e ações diárias (alimentares mas não só) têm no futuro do nosso Planeta. Já escrevi um pouco sobre isso aqui. Como mãe, preocupa-me especialmente o impacto de toda esta crise climática no futuro do meu filho (e de todas as gerações vindouras) assim como na vida de todas as espécies que (ainda) habitam no nosso Planeta. Que futuro nos espera se continuarmos a consumir e a destruir os nossos recursos desta forma desenfreada, sem olhar a meios para atingir os fins? 

 

No domingo é dia de eleições europeias e hoje escrevo sobre a importância de exercermos o nosso direito (e dever cívico) de voto. Estas eleições contam sempre com níveis de abstenção elevadíssimos. Podem ser várias as razões que nos levam a abdicar do nosso direito de voto: o desconhecimento, o descontentamento ou mesmo aquele sentimento de que "o meu voto não fará diferença". Seja qual for o motivo, o impacto desta escolha tem graves repercussões. O nosso voto faz sempre a diferença! É uma forma de sermos parte ativa da sociedade, de mostrarmos o nosso descontentamento e de exigirmos mudanças. Se não votarmos, estaremos a perpetuar uma realidade que não queremos e com a qual não nos identificamos.  

 

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No dia 26 de Maio eu voto PAN e faço figas para que consigamos finalmente um eurodeputado português ambientalista em Bruxelas. Porque mais do que um partido político com assento parlamentar na AR (com 1 único deputado!!), este é um partido de causas e distingue-se pela sua posição partidária. Não é um partido de direita ou de esquerda. E acima de tudo, incentiva a participação ativa de todos os cidadãos na sua política. Não cedem a lobbies e têm uma comunicação clara, transparente, sem floreados. 

Tenho imenso orgulho em pertencer a esta família e acompanho de perto todo o percurso que têm feito nos últimos anos. Confio no trabalho do André Silva (que tão bem se tem safado como deputado único na nossa AR) e de toda a sua equipa. Confio igualmente no Francisco Guerreiro, candidato ao Parlamento Europeu, e que tenho a certeza que tudo fará para garantir que a proteção e preservação do ambiente (bem como de todos os que nele habitam, humanos e não humanos) sejam uma prioridade em Bruxelas.

Se tiverem curiosidade, podem ler aqui as mais de 200 medidas que o PAN quer levar para o Parlamento Europeu. 

 

Nota 1: Este post demonstra apenas a minha posição política enquanto cidadã. Escrevi-o com o objetivo de alertar para a importância de exercermos o nosso direito de voto, não só em eleições nacionais mas também nas Europeias. Porque as medidas implementadas na UE têm impacto direto na política nacional, na nossa vida e no nosso Planeta. 

 

Nota 2: Este ano houve algumas mudanças na lei eleitoral, nomeadamente:

- Os eleitores passam agora a ser identificados pelo número de identificação civil, pelo que não precisam do número de eleitor. Para saberem qual o vosso local de voto podem consultar este site ou enviar uma mensagem gratuita para o número 3838 com a seguinte mensagem: "RE (espaço) número de CC-BI (espaço) data de nascimento (assim ordenada: ano, mês, dia).

- Todas as mesas de voto passam finalmente a disponibilizar uma matriz de voto em Braille para os eleitores com deficiências visuais (um bom exemplo de uma das medidas apresentadas pelo PAN na nossa Assembleia).

 

E vocês, vão votar no domingo? 

 

 

Qui | 16.05.19

“Cheesecake” de Framboesas e Mirtilos

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O verão está a chegar e com ele chegam também as sobremesas frescas e os frutos vermelhos! Hoje trago-vos uma receita perfeita para dias quentes, almoços e jantaradas com família e amigos ou qualquer outro momento de celebração.

Para esta receita, precisam de um bom processador e de alguma paciência (tem algum tempo de espera, que podem aproveitar para fazer qualquer outra coisa) mas garanto-vos que o resultado final compensa! Esta é uma receita base que permite algumas modificações da vossa parte. Começando pela base do "Cheesecake", podem utilizar outras frutas secas (na receita uso tâmaras e arandos) ou adicionar alguns extras como sementes de abóbora ou pepitas de cacau por exemplo. Na cobertura, podem fazer uma geleia com qualquer outra fruta que gostem (na receita uso mirtilos e framboesas) ou simplesmente cobrir com chocolate derretido. Para decorar, utilizem elementos naturais como flores, sementes, bagas ou frutas. 

 

Receita - “Cheesecake” de Framboesas e Mirtilos

Sem glúten e açúcar refinado, cru

Serve 10 a 12 fatias

Tempo de preparação: 45 minutos

Tempo de espera: 2 - 4 horas

               

Ingredientes

Base

1 chávena de tâmaras medjool

1 chávena de arandos vermelhos secos

2 chávenas de cajus crus sem sal

¼ de chávena de coco ralado

Recheio

3 chávenas de cajus demolhados (8 horas)

Sumo de 1 limão, espremido na hora

1 chávena de óleo de coco derretido

2/3 de chávena de leite de coco

2/3 de chávena de xarope de ácer

1 pitada de baunilha em pó (opcional)

Cobertura

1 chávena de mirtilos e framboesas

1 colher de chá de sumo de limão

2 colheres de chá de xarope de ácer

 

Preparação

Junte todos os ingredientes da base no processador e triture bem até a massa ligar. Verta-a numa tarteira redonda, forrada com papel vegetal, e pressione com as pontas dos dedos para que fique bem distribuída. Leve ao congelador para ganhar firmeza, enquanto prepara o recheio.

Para o recheio, triture os cajus no processador até se transformarem numa pasta. Junte os restantes ingredientes e volte a triturar até obter um creme homogéneo. Entretanto, retire a base do congelador e verta nela o recheio. Tape e leve ao congelador por 2 a 4 horas.

Num tacho pequeno, junte todos os ingredientes da cobertura e cozinhe em lume médio/baixo até reduzir e ganhar consistência. Verta para uma taça e deixe arrefecer muito bem (pode ir ao frigorífico). Espalhe, depois, o molho sobre o cheesecake já desenformado. Sirva frio.

Dicas:

1. Para demolhar rapidamente os cajus, ferva água e deite numa taça sobre os cajus. Deixe-os demolhar por 30 a 60 minutos. Escorra a água, e estão prontos a usar.

2. O óleo de coco vai ajudar a dar firmeza ao "cheesecake".

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*Fotografias por Mário Cerdeira para o livro A Cozinha Verde

 

Espero que gostem desta receita! Se a fizerem ou recriarem, partilhem comigo as vossas fotografias! Se tiverem alguma dúvida, deixem nos comentários abaixo. 

 

Para os mais "preguiçosos" ou para quem não tem muito tempo, uma boa alternativa poderá ser recorrer à Fixando e fazer um pedido de catering ao domicílio. Nesta plataforma, podem requisitar qualquer serviço que precisem (têm serviços muito variados, desde aulas de piano e explicações até à limpeza da casa!) e sem qualquer trabalho de pesquisa recebem até 5 propostas de profissionais qualificados.

 

 

Post escrito em parceria com a Fixando

Qui | 09.05.19

Bolo de cacau, caramelo e amendoim | Aniversário

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Na terça-feira celebrei o meu 32º aniversário com este bolo de cacau, caramelo e amendoim. Ficou delicioso e por isso hoje partilho com vocês a receita, para poderem experimentar para uma festa de aniversário ou simplesmente num dia em que vos apeteça surpreender a família com um bolo caseiro, sem ovos e leite e muito saboroso!

A base deste bolo leva cacau, mas podem facilmente substituir por farinha de alfarroba, se preferirem! Fiz o caramelo da cobertura com manteiga de amendoim (a sério, que combinação brutal!) e finalizei com umas tiras de chocolate 70% cacau derretido, morangos e amendoins picados! 

Esta é uma excelente alternativa aos bolos convencionais industrializados e é bem simples de fazer! Podem dobrar a receita e fazer um bolo duplo recheado com caramelo e morangos, mantendo a cobertura sugerida. Os frutos vermelhos ligam muito bem com o chocolate e o caramelo, mas podem utilizar outras frutas da vossa preferência. Nesta receita a linhaça é utilizada para dar liga no bolo, não omitam este ingrediente especial. :)

Feita a introdução, vamos à receita? 

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Receita - Bolo de cacau, caramelo e amendoim

Serve 12 fatias

Tempo total: 1 hora

 

Ingredientes

Bolo:

1 + 3/4 de chávena de farinha de espelta biológica

1 chávena de açúcar de coco 

1/3 de chávena de cacau cru em pó

1 pitada de sal marinho integral

2 colheres de sopa de sementes de linhaça moídas (moer na hora, de preferência)

1 colher de sopa de fermento em pó

1 chávena de bebida vegetal bio e sem açúcar 

1/3 de chávena de óleo de coco derretido (ou azeite extra-virgem)

1/4 de colher de chá de extrato de baunilha (opcional)

Caramelo:

¼ de chávena + 2 colheres de sopa (90ml) de geleia de coco (em alternativa: xarope de ácer, geleia de agave ou arroz)

1/2 chávena (120 ml) de leite de coco

6 colheres de sopa (60gr) de açúcar de coco

3 colheres de sopa (45ml) de manteiga de amendoim natural

1 pitada de sal marinho integral

Toppings:

3 quadradinhos de tablete de chocolate bio 70% cacau

Amendoins torrados e grosseiramente picados, q.b.

Morangos frescos biológicos q.b.

 

Preparação

Pré-aqueça o forno a 180º. Misture os ingredientes secos do bolo numa taça (farinha, açúcar, cacau, sal, linhaça, fermento). Adicione os ingredientes líquidos (bebida vegetal, azeite, baunilha) e incorpore com uma vara de arames. Transfira a mistura para uma forma redonda antiaderente e leve ao forno 25 a 30 minutos ou até um palito sair limpo. Deixe arrefecer e desenforme o bolo com cuidado.

Adicione todos os ingredientes para o caramelo (geleia, leite de coco, açúcar de coco, manteiga de amendoim e sal)  num tacho e leve ao lume. Mexa bem com uma vara de arames. Quando começar a ferver, reduza o lume e continue a mexer, até o caramelo começar a engrossar (e fazer ponto de estrada). Desligue o lume e deixe arrefecer. De seguida, espalhe uniformemente a cobertura sobre o bolo.

Derreta o chocolate em banho-maria. De seguida, verta o chocolate sobre o bolo (fiz 3 riscas, ver foto).

Finalize a decoração com os morangos e os amendoins grosseiramente picados.

 

Nota: Como recebo sempre muitas mensagens vossas a perguntar quais as marcas que aconselho, deixei-vos alguns links na lista de ingredientes para produtos que utilizei nesta receita. E não se esqueçam do miminho que tenho sempre para vocês nas seguintes lojas:

Desconto de 10% na Iswari com o código cverde

Desconto de 10% na Origens Bio com o código cozinhaverde

 

Espero que gostem desta receita! Se a fizerem, partilhem comigo as vossas fotografias! Se tiverem alguma dúvida, deixem nos comentários abaixo.

Qui | 02.05.19

15 coisas que aprendi com o estilo de vida vegan (Parte I)

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Quem me acompanha há algum tempo, sabe que este blog surgiu no seguimento de ter adotado uma alimentação e estilo de vida vegan (podes ler a minha história aqui). Já lá vão 6 anos e continuo a sentir que esta foi das melhores decisões que tomei até hoje. O veganismo abriu-me as portas para um estilo de vida compassivo, mais saudável e sustentável e mudou imenso a minha forma de estar no Mundo.  

Hoje sentei-me a pensar em todas as coisas que este estilo de vida me ensinou. Achei que poderia ser interessante passar para o papel e partilhar com vocês algumas curiosidades, o que levou a este post. 

Dividi isto por temas (caso contrário ficava gigante!) e comecei pela ALIMENTAÇÃO.

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15 coisas que aprendi com o estilo de vida vegan (Parte I)

Na Alimentação:

 

1. O E120 (carmim), um dos corantes mais utilizados na indústria alimentar e cosmética, responsável pela cor vermelha, é obtido através do esmagamento de um insecto chamado cochonilha. 

2. O aroma natural de baunilha é na grande maioria das vezes obtido através da secreção do castor, o "castóreo”, pois tem um aroma muito semelhante à baunilha.

3. Alguns vinhos e cervejas artesanais contém ingredientes de origem animal, como a albumina de ovo.

4. Sementes (como a chia e a linhaça), frutos secos (como as amêndoas) e um grande número de vegetais de folha verde têm mais cálcio do que o leite de vaca.

5. A proteína é abundante na alimentação 100% vegetal. Ela está presente em todos os alimentos, sendo as melhores fontes as leguminosas (grão, feijão, lentilhas, soja, etc), as oleaginosas (frutos secos e sementes) e os cereais e pseudocereais (arroz, millet, quinoa, trigo-sarraceno, aveia, etc).

6. Um vegan não precisa de comer tofu, seitan ou soja! Embora sejam opções a considerar (principalmente no caso do feijão de soja e do tofu), esta não é a base alimentar de um vegetariano nem tão pouco a única fonte de proteína.

7. Os vegetais, as frutas, as sementes, os frutos secos, as leguminosas, os cereais (e pseudocereais), os cogumelos, as algas e os tubérculos são a base de uma alimentação vegetariana variada e equilibrada. 

8. A vitamina C potencia a absorção do ferro presente dos vegetais. Para isso, podemos por exemplo utilizar o limão ou outro citrino nas receitas ou acompanhar com uma bela salada de tomate.

9. As leguminosas, os cereais integrais e até as oleaginosas devem ser sempre que possível demolhados de forma a eliminar os antinutrientes que bloqueiam a disponibilidade de nutrientes. 

10. As sementes que não conseguimos mastigar convenientemente devem ser transformadas antes de consumir (fazer manteiga, moer ou hidratar por exemplo) de forma a digerir melhor e consequentemente aproveitar melhor o seu valor nutricional.

11. Um vegetariano não vive só de alfaces e saladas! Nesta alimentação há espaço para todos os gostos e uma grande variedade de opções. Difícil mesmo é cair na monotonia alimentar com uma dieta à base de plantas. Podem consultar as receitas do blog para alguma inspiração.

12. Os nosso paladar educa-se e é perfeitamente possível passar a adorar alimentos que até então ficavam de lado. Nunca fui fã de vegetais (principalmente verdes) e hoje em dia não vivo sem eles. Com alguma insistência, novas formas de confeção e combinações mais ao nosso gosto, começaremos a apreciá-los sem grande esforço.

13. A carência de Vitamina B12 não é exclusiva da dieta vegetariana. No entanto, esta é a única vitamina que não conseguimos obter de forma suficiente através dos alimentos de origem vegetal. Deve ser por isso obtida através de suplementos ou através do consumo de produtos fortificados (leveduras, alternativas vegetais aos laticínios, por exemplo).

14. A alimentação de um vegan pode ser bastante económica desde que se façam as escolhas certas. Uma alimentação maioritariamente plant based (com produtos “da terra”) e com poucos processados não fica mais cara do que a convencional, até pelo contrário. Comer alimentos da época é também uma das estratégias para poupar a carteira (e o ambiente!)

15. A alimentação de um vegan não é necessariamente mais saudável. Mais uma vez, tudo depende das nossas escolhas e a leitura dos rótulos é muito importante. Gosto sempre de dar o exemplo das batatas-fritas, dos refrigerantes (como a coca-cola) e das bolachas (como a Oreo). Estes são produtos 100% vegetais e pouco interessantes para a nossa saúde.

 

Espero que tenham gostado e que esta informação vos seja útil. Na Parte II, vou trazer-vos mais alguma informação e curiosidades mas a respeito de outra área. Sim, porque o veganismo não se centra apenas na alimentação, mas em todo o nosso lifestyle

 

E vocês, têm algum ponto a acrescentar a esta lista? Ou alguma dúvida? Deixem nos comentários para eu responder. Até já!