A Cozinha Verde, da autoria de Filipa Range, tem como principal missão inspirar para a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, através da cozinha vegan.
Edição Outono/Inverno Cozinha vegan para principiantes
Desta vez não houve tempo para fotografar durante o evento. No momento em que tirei esta fotografia, já todos tinham saído do 3D, depois de uma boa dose de conversa e partilha de histórias em redor da mesa da cozinha (na sala ao lado), onde foi feita a degustação. Neste momento, senti uma enorme gratidão e comecei a escrever este texto, ainda com o coração a ferver de emoção.
Gratidão por fazer aquilo que amo todos os dias e por sentir que a minha missão está a ser cumprida. Estes momentos passados com vocês dão-me ainda mais certeza quanto ao caminho que decidi percorrer e dão-me uma força gigante para continuar, sem medos e hesitações. E o meu caminho continuará a passar por aqui, enquanto sentir este amor desmedido, esta paixão genuína por aquilo que faço. Enquanto continuar a ouvir, ler e sentir o vosso carinho, feedback e interesse por aquilo que vos transmito.
Obrigada a todos, aos que estiveram presentes ontem e aos que têm estado noutros momentos. Vocês são a minha maior (e melhor) motivação!!! :)
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Este foi o último workshop de cozinha vegan para principiantes de 2017. Retomamos em Janeiro, com toda a energia e dedicação a que já vos tenho habituado! E fiquem atentos, porque estou prestes a divulgar um novo projeto que tenho a certeza que vai fazer as vossas delícias!
A Cozinha Verde foi nomeada para o Myprotein Fitness Awards 2017, um concurso organizado pela Myprotein que tem como objetivo premiar os melhores blogs nas seguintes categorias: Fitness, Endurance, Lifestyle, Food e VEGAN.
Não sou muito de apelar ao vosso voto para este tipo de concursos, mas a verdade é que gostava muito que dispensassem um minuto do vosso tempo para votar n'A Cozinha Verde. Para quem chegou aqui recentemente e ainda não conhece todos os cantos desta cozinha, este blog acompanha-me há quase cinco anos, altura em que mudei a minha alimentação e estilo de vida e larguei uma "carreira" na área financeira para me dedicar de corpo e alma a este projeto (ler mais aqui). Passados estes anos, continuo a sentir-me muito apaixonada pelo que faço, e o vosso feedback e motivação dão-me muita força para continuar a fazer mais e melhor (mesmo nas alturas mais difíceis), em prol de uma vida mais saudável, ética e sustentável para todos nós.
Para votar, é só clicar aqui e colocar o endereço no blog (acozinhaverde.blogspot.pt) nas categorias VEGAN e/ou FOODIE.
Nota: Podem votar até um máximo de 2 blogs em cada categoria!
Hoje, dia 1 de Novembro, celebra-se o Dia Mundial do Veganismo (World Vegan Day). Não sou muito de assinalar datas mas não podia deixar passar esta, pela importância que tem para mim a nível pessoal.
Quem me conhece e/ou acompanha o trabalho que desenvolvo com A Cozinha Verde sabe que adoto uma alimentação e estilo de vida vegan (há quase 5 anos). Quer isto dizer que excluo da minha alimentação e estilo de vida, na medida do possível, tudo o que tenha origem animal, que tenha sido testado em animais ou que contribua de alguma forma para a exploração animal.
Em termos alimentares, faço uma alimentação 100% vegetariana, sem carne, peixe, ovos, leite, derivados e mel. Contudo, este estilo de vida não se fica somente pelas minhas escolhas alimentares. Por exemplo: não compro roupas ou calçado de pele, lã ou seda. Opto por produtos de cosmética e de limpeza sem ingredientes de origem animal e que não tenham sido testados em animais. Não frequento eventos/espetáculos que promovam a crueldade animal, como circos com animais e touradas.
Resumidamente, procuro que as minhas escolhas e decisões diárias reflitam aquilo em que acredito: que não existe necessidade de utilizar os animais para nosso proveito.
3 motivos para adotar uma alimentação vegan
Existem três motivações principais para adotar uma alimentação exclusivamente à base de plantas. Embora estejam todas interligadas, acabam por funcionar como três portas de acesso diferentes. São elas a saúde, a ética e o ambiente.
O respeito pela liberdade e bem-estar animal foi a minha porta de acesso para uma alimentação e estilo de vida vegan. No entanto, depressa percebi os benefícios desta mudança na minha saúde, no meio-ambiente e na vida de outros seres humanos. (podem ler mais sobre a minha história aqui)
Resumidamente, são estes os três grandes motivos:
Saúde
São inegáveis os benefícios de uma alimentação vegan equilibrada e bem planeada na nossa saúde. São inúmeras as patologias que advém de maus hábitos alimentares, predominantes (mas não exclusivos) numa alimentação omnívora, como o consumo excessivo de proteína e gordura animal,produtos de carne processados, lacticínios, excesso de sal e de açúcar. Uma alimentação vegan que tenha como base os alimentos de origem vegetal no seu estado natural – como as frutas, os legumes, os cereais, os frutos secos, as algas,as sementes e as leguminosas – tem como resultado uma menor prevalência de doenças, nomeadamente oncológicas e cardiovasculares, e um aumento considerável na nossa qualidade e esperança de vida. É por isso natural que muitos entusiastas deste estilo alimentar comecem com esta motivação inicial. A procura por uma alimentação e estilo de vida saudável leva cada vez mais portugueses a deixarem os animais de fora do prato.
Ética
É fácil entender que o facto de comer animais não lhes traz nenhuma vantagem. Para além de o ser humano se achar no direito de tirar a vida de outro ser vivo para seu proveito, a grande maioria dos animais da indústria pecuária vive vidas miseráveis (e muito curtas quando comparadas com a sua esperança média de vida), em condições desumanas e em sofrimento constante. Não sendo o consumo de animais imprescindível para a sobrevivência da espécie humana, não existe motivo válido para perpetuarmos o abatimento em massa de biliões de animais por ano para consumo humano. Para além disto, existe a questão cultural. Do meu ponto de vista, é tão errado matar uma vaca ou um porco como um cão ou um gato. Todas as espécies referidas são sencientes, ou seja, têm a capacidade de sentir sensações e sentimentos de forma consciente. Consoante o país e cultura onde nos inserimos, é facilmente observável que este duo – animais para consumo e animais de companhia – é variável. Se a nós, portugueses,nos faz sentido que a vaca e o porco entrem no nosso prato, mas não colocamos como hipótese comer os nossos amigos patudos, não será esta uma ideia que por ter sido incutida e perpetuada durante tanto tempo nas nossas mentes, nos levou a considerá-la como uma norma? Sucintamente, é este o conceito de tradição. Um hábito/ideia que foi mantido durante muito tempo, passado de geração emgeração, até ser normalizado pela sociedade em que nos inserimos. Falamos do consumo de animais, mas também da escravatura ou da ditadura por exemplo. Quero com isto dizer que pelo facto de uma acção ser aceite pela maioria não significa que seja correta e moral. Com a evolução da nossa espécie, foram quebradas várias tradições e normas que até então se julgavam “normais”. A utilização dos animais para nosso proveito, seja através da alimentação, do entretenimento, da moda ou da cosmética não é ética e deve ser repensada, à semelhança de outras tradições cruéis que a espécie humana já vivenciou.
Mas não são apenas os animais que sofrem com os hábitos e tradições humanas. Também a nossa espécie teria a beneficiar com a diminuição do consumo de animais a nível mundial. Sendo a agricultura mais sustentável e com menos gasto de recursos (ler próximo ponto), essa mudança poderia servir para acabar com grande parte da fome e sede mundial. Se os terrenos atualmente utilizados para a criação de gado fossem utilizados paraa produção de vegetais, frutas e cereais, seria possível alimentar um número bastante superior de seres humanos que estão hoje condenados à morte por escassez de alimentos.
Ambiente
As nossas escolhas diárias no que diz respeito à alimentação não têm só um impacto direto na nossa saúde e no bem-estar animal. O ecossistema é também extremamente afetado com a indústria alimentar. Segundo um relatório recente da FAO (Agência para a Alimentação e Agricultura das NaçõesUnidas), a indústria pecuária é responsável por 18% das emissões dos gases causadores de efeito de estufa, percentagem esta superior a todo o sector dos transportes. A alimentação vegetariana gasta muito menos recursos naturais comparativamente com uma alimentação à base de produtos de origem animal. Grande parte da produção intensiva de cereais existe para alimentar o gado da indústria pecuária. Por este e outros motivos, o custo de produção de um kg de carne ou de 1 litro de leite de vaca é muito superior quando comparado com a indústria agrícola. A pesca excessiva está também a levar à extinção de várias espécies marinhas, e prevê-se que, a continuar ao ritmo dos últimos anos, levará à extinção em massa de todas as espécies mais comerciais em 2050. Posto isto, uma alimentação local, sazonal e à base de vegetais é muito menos poluidora, para além de consumir menos recursos, sendo por isso uma opção mais sustentável e ecológica para todos nós.
Espero que tenham gostado deste post! Partilhem comigo as vossas experiências e motivações! Vou adorar ler os vossos comentários! :)